segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Afinal, O Que é a Liberdade?

                                                                 

Autor: Antoni BigCuore*
Data: 11.01.2014, às 16,51 horas.

“Nenhum cidadão é senhor supremo da verdade”.(Ives G.Martins)

Liberdade implica em responsabilidade. Eu quero ser lívre para fazer alguma coisa. Mas e se essa coisa for contra alguma norma social ou mesmo do bom senso? Como fica a minha liberdade? No caso dos jornalistas franceses, será que não houve “abuso” de liberdade, ao atacar a figura de um Profeta do Islamismo?
Nas democracias ocidentais ninguém está acima das leis!. Aliás, diga-se de passagem, que a democracia é o IMPÉRIO DAS LEIS!. Ninguém, (somente Deus) pode estar acima dela. O poder judiciário de um País é quem decide, em última instância, a procedência ou não de uma ação que foi proposta por algum cidadão ou mesmo por alguma pessoa jurídica.

Ninguém está acima do bem ou do mal. Somente Deus, que tudo criou, pode-se dar ao luxo de estar acima de tudo!
Se um cidadão publicar algo sobre alguma autoridade que se julgue ofendida, ela pode reivindicar o direito de resposta e o Juiz determina a procedência ou não da ação proposta.

O mundo se abalou, nesta semana, com a morte dos cartunistas num jornal Frances, em Paris por ter, segundo os terroristas, ofendido a sua religião, cristalizada na pessoa do Profeta Maomé.

Aprendi, desde menino, que com religião não se brinca, se respeita!. Posso estar ultrapassado em minhas idéias, mas quando algum jornalista se excede criticando a pessoa de JESUS CRISTO, por exemplo, eu como cristão católico, vou me sentir ofendido e, posso conforme a legislação de meu País, entrar com uma ação contra tal jornalista, MAS JAMAIS, SE JUSTIFICA PROVOCAR A MORTE DO JORNALISTA, autor do artigo ou mesmo uma charge.

Fulton Sheen, ex-cardeal arcebispo de Nova Iorque, nos anos 1940, escreveu um belo livro, cujo título original é: “Freedom Under God”, e a tradução em português foi feita pela Editora Agir, que o editou em português, sob o titulo de “O problema da liberdade”, em 1945.
Sua Eminência, critica tanto o capitalismo liberal como o nazismo e comunismo. Naquela época ainda reinava a “guerra fria”, mormente entre Estados Unidos e a antiga União Soviética.
De lá para cá, muita coisa mudou, mas o conceito de liberdade permanece o mesmo: Só posso ser livre para AMAR, em primeiro lugar a Deus e em segundo a meu próximo como a mim mesmo. A minha liberdade termina, quando começa a do outro, diz o aforisma popular.

Liberdade de escolha. Na Bíblia, mais especificamente, no Antigo Testamento, no Livro do Eclesiástico, artigo 15, versículos 14 a18, diz: “Desde o princípio ele criou o homem e o abandonou nas mãos de sua própria decisão. Se quiseres, observarás os mandamentos: a fidelidade está no fazer a sua vontade. Ele colocou diante de ti o fogo e a água; para o que quiserdes estenderás a mão. Diante dos homens está a vida e a morte, ser-te-á dado o que preferires. É grande,pois, a SABEDORIA DO SENHOR, ele é todo-poderoso e vê tudo”. ( 1 ).

Note-se claramente que Deus, ao criar o ser humano, obra prima da criação, o dotou de livre arbítrio. E, em sociedade, NÃO EXISTE LIBERDADE ABSOLUTA!. Existe sim, liberdade relativa!. Sou livre até o ponto de não ferir o direito de meu próximo ou das leis do meu País, ou mesmo, de algum país estrangeiro.

Liberdade não é fazer o que se quer, mas o que se DEVE. Filosoficamente, são duas situações diferentes: querer ou dever?. A escolha é sua.
Como diz Fulton Sheen, uma pessoa é livre para subir no último andar o Empire State Building, em Nova Iorque, e se atirar para o chão. Mesmo antes de seu corpo atingir o solo, essa pessoa deixou de ser livre. Sabe por que? Porque não observou uma lei criada pela natureza que um corpo mais pesado que o ar, tende a se aquietar no solo. Ela morre mesmo antes de se atingir o seu objetivo.
Você vai tentar fazer essa experiência?. Claro que toda pessoa de bom senso vai dizer que não; que é loucura!.

Hoje, infelizmente, existem milhões de pessoas que sofrem de distúrbios psiquiátricos e são vítimas de aliciadores para fins de terrorismo. É o que estamos assistindo nos tempos modernos. A destruição das Torres Gemeas de Nova Iorque, foi o marco divisório ente as democracias ditas ocidentais e o mundo do terrorismo. Mentes doentias que, a pretexto de uma determinada religião, se julgam no direito de MATAR pessoas consideradas “inimigas” de suas crenças e “valores”. Isto JAMAIS foi considerado religião! Não se mata em nome de Deus! Isto é um absurdo, um contrasenso!!!

Toda religião verdadeira tem por base o AMOR, pois Deus é amor!. Jamais, sob pretexto algum, se pode matar em nome de um suposto Deus!!!
Como disse, W. Churchill, “o preço da democracia é a eterna vigilância”. Este é o preço que temos de pagar por vivermos em países democráticos.
Oremos por todas as vítimas desses massacres que tem ocorrido no mundo para que Deus tenha a misericórdia dessas almas. God Bless You!
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NOTA DO AUTOR: Em 26.01.2015, às páginas A.2, Ives Gandra Martins, conceituado jurista brasileiro, escreveu excelente Artigo, no Jornal O Estado de São Paulo, cujo título é:O PRINCÍPIO DA IGUALDADE – em que certa altura diz: “Nenhum cidadão é senhor supremo da verdade”. “Não confundir liberdade de expressão com “irresponsabilidade de manifestação”. (Página A-2). Palavras que vem de encontro ao que eu predisse em meu artigo supra.

(1)   Bíblia de Jerusalém. Paulus Editora, ano 1985, página 1.264.
(2)   (*)autor é escritor cristão católico. Conheça seu Blog Bem Viver – HTTP://antonibigcuore.blogspot.com e seu link poético: WWW.recantodasletras.com.br/autores/antonibigcuore





Um comentário:

  1. Antoni,está ótimo seu texto.Só que eu penso como seria aki no Brasil,onde qq coisa q acontece,serve para servir de humor?!

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